Do Cafofo do Dezena - Crônica Viva - Abobrinhas u163r

Hoje, vou escrever sobre abobrinhas. Entenderam? Abobrinhas mesmo. Só para não dizerem que só escrevo abobrinhas.
Antigamente, quando alguém falava ou escrevia algo sem sentido, logo vinha o carimbo: só falou abobrinha. Pois bem, é hora de fazer justiça a essa leguminosa e propor uma ação penal contra seus detratores. A danada não serve só para engordar porcos, não, senhor!
Logo cedo, ainda na tenra idade, a gente aprende que abobrinha ralada e refogada com uma pitada de sal, azeite e umas lascas de bacon é iguaria de respeito. Não esqueçam de um golinho de pimenta. Misturada ao arroz branco, já basta. Mas, como, hoje em dia, tudo pede uma proteína, saiba que ela combina com tudo. Um filé em cubos ao molho madeira, por exemplo, cria uma harmonia perfeita. Ia pedir um sauvignon blanc das serras vulcânicas, mas, a carne vermelha surgiu, então opte pelo rosê. Só evite os vinhos tintos, abobrinhas não são muito fãs deles.
E quando o pé no quintal se entusiasma e a abobrinha cresce além da conta? Não se preocupe se perdeu o tempo da colheita, isso acontece. O fruto se esconde sob folhas largas, como onça entre os arbustos. Cresce, cresce, até que, num belo dia, você a encontra.
Poxa, ou do ponto! Pensa. Mas não. Aí entra a dona Luiza, mãezinha querida, que fazia uma salada com ela cozida, avinagrada, em pedaços generosos, acompanhada de cebola. Deliciosa.
Ainda não acabou. Algumas vão mais longe e viram verdadeiras abóbronas, daquelas que braços fracos não conseguem erguer. Mas está tudo sob controle: depois dos pratos quentes, vem a sobremesa.
Em pedaços rosados, quase vermelhos, elas vão à a com açúcar e perícia, mexendo, mexendo, até atingir o ponto. Quem gosta põe um pouco de cravo e coco ralado. Sirva frio e aproveite.
E não para por aí. A abóbora também oferece o broto, cambuquira, nome de pia. Já comeram? Aposto que sim. Tem várias maneiras de preparar. Outro dia, com o frio chegando, caiu bem numa sopa caipira com milho verde. Quentinha, reconfortante.
Querem mais? Eu sei que tem. A lista é longa, e seguimos curtindo... sem falar abobrinhas, ou melhor, só falando delas.
Ah! E se estiverem pelo Nordeste, cuidado: por lá, abobrinha atende por outro nome. Diz-se jerimum. São sentimentais, viu?
 
Fernando Dezena
compartinharenviar informaçõesenviar foto comentarAntigamente, quando alguém falava ou escrevia algo sem sentido, logo vinha o carimbo: só falou abobrinha. Pois bem, é hora de fazer justiça a essa leguminosa e propor uma ação penal contra seus detratores. A danada não serve só para engordar porcos, não, senhor!
Logo cedo, ainda na tenra idade, a gente aprende que abobrinha ralada e refogada com uma pitada de sal, azeite e umas lascas de bacon é iguaria de respeito. Não esqueçam de um golinho de pimenta. Misturada ao arroz branco, já basta. Mas, como, hoje em dia, tudo pede uma proteína, saiba que ela combina com tudo. Um filé em cubos ao molho madeira, por exemplo, cria uma harmonia perfeita. Ia pedir um sauvignon blanc das serras vulcânicas, mas, a carne vermelha surgiu, então opte pelo rosê. Só evite os vinhos tintos, abobrinhas não são muito fãs deles.
E quando o pé no quintal se entusiasma e a abobrinha cresce além da conta? Não se preocupe se perdeu o tempo da colheita, isso acontece. O fruto se esconde sob folhas largas, como onça entre os arbustos. Cresce, cresce, até que, num belo dia, você a encontra.
Poxa, ou do ponto! Pensa. Mas não. Aí entra a dona Luiza, mãezinha querida, que fazia uma salada com ela cozida, avinagrada, em pedaços generosos, acompanhada de cebola. Deliciosa.
Ainda não acabou. Algumas vão mais longe e viram verdadeiras abóbronas, daquelas que braços fracos não conseguem erguer. Mas está tudo sob controle: depois dos pratos quentes, vem a sobremesa.
Em pedaços rosados, quase vermelhos, elas vão à a com açúcar e perícia, mexendo, mexendo, até atingir o ponto. Quem gosta põe um pouco de cravo e coco ralado. Sirva frio e aproveite.
E não para por aí. A abóbora também oferece o broto, cambuquira, nome de pia. Já comeram? Aposto que sim. Tem várias maneiras de preparar. Outro dia, com o frio chegando, caiu bem numa sopa caipira com milho verde. Quentinha, reconfortante.
Querem mais? Eu sei que tem. A lista é longa, e seguimos curtindo... sem falar abobrinhas, ou melhor, só falando delas.
Ah! E se estiverem pelo Nordeste, cuidado: por lá, abobrinha atende por outro nome. Diz-se jerimum. São sentimentais, viu?
 
Fernando Dezena
Comentar usando as Redes Sociais